Julian Assange preso pela polícia londrina

Julian Assange foi preso no último dia 11 na Embaixada do Equador em Londres mediante um pedido de extradição por parte dos EUA. A polícia londrina deteve Assange a partir desse pedido e por ele não ter se apresentado à justiça britânica acerca de um processo de fiança. Theresa May confirmou pela manhã, em seu discurso na Câmara dos Comuns, que Julian Assange “foi preso a partir de um pedido de extradição vindo das autoridades dos EUA”.

[Source]

O presidente do Equador, Lenín Moreno, revogou o asilo de Assange após usas “repetidas violações das convenções internacionais”. Após a revogação, policiais foram convidados a entrar na embaixada e arrastar Assange para fora, carregando-o para uma van policial. O fundador do WikiLeaks permanecerá em custódia até que seja levado à Corte de Magistrados de Westminster.

Assange permaneceu na Embaixada do Equador durante sete anos, desde que recebeu asilo em 2012 para escapar da extradição para os EUA. Em março de 2018, o governo do Equador impôs um “protocolo” proibindo Assange de expressar suas opiniões ou fazer jornalismo. O protocolo ameaçava revogar o asilo em caso de quebra. Assange foi, em seguida, proibido de acessar a internet ou receber visitas. Em agosto de 2018, Assange tuitou sobre o referendo de independência da Catalunha, ao que o presidente Moreno ameaçadoramente declarou que “providências seriam tomadas” por causa da quebra do protocolo. Após isso, na semana passada, Moreno acusou Assange de vazar fotos de sua família e ligações privadas que conectam o presidente a um escândalo de corrupção. No entanto, Fidel Narváez (ex-cônsul do Equador) afirmou que esse é “um pretexto falso para acabar com o asilo e a proteção de Assange”.

Além disso, o protocolo que Assange teria supostamente quebrado é por si só uma flagrante violação da norma da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que explicitamente determina que o Equador tem obrigação de proteger Assange e manter seu esquema de asilo na embaixada em Londres.

Agora que foi preso, Assange deverá ser em breve extraditado para os EUA, onde deve passar o resto de sua vida na prisão pelo vazamento de segredos de Estado americanos. Assange, hoje com 47 anos, pode ser condenado a 45 anos na cadeia por publicar documentos entregues a ele por outras fontes. Esse é um ataque violento à liberdade de expressão e pode abrir caminho para que futuros jornalistas críticos ao imperialismo americano também sejam extraditados.

A Corte de Magistrados irá emitir uma sentença de 12 meses de prisão por não pagamento de fiança, uma acusação que ele nega.

Como marxistas, defendemos aqueles que, como Assange e o WikiLeaks, realizam denúncias que expõem as maquinações do sistema capitalista global. Elas ajudam a abrir nossos olhos para a brutalidade da corrupção, da espionagem, das chantagens etc. do Estado, o que permite às pessoas questionar o sistema. Dizemos não à extradição de Julian Assange e defendemos a liberdade de expressão e o direito à informação!